Ainda há dúvida na literatura científica se a metformina deva continuar na gravidez para as pacientes com SOP.
Existe a possibilidade da resistência insulinica e hiperinsulinemia provocarem abortamento, trabalho de parto prematuro, diabetes gestacional, hipertensão gestacional e pré-eclâmpsia em mulheres com SOP.
Além disso, sabemos que a gravidez, fisiologicamente , já induz a um estado de resistência insulinica.
Um bom estudo, chamado PregMet2 , acabou de ser divulgado mostrando dados interessantes sobre o assunto.
O ensaio clínico durou 5 anos ( 2012 a 2017) e envolveu 487 mulheres com SOP e englobou 14 hospitais da Suécia, Noruega e Islândia.
As participantes receberam 1000 mg de metformina ( 500 mg 2 x /dia) ou placebo na 1ª semana e 2g ( 1000 mg 2x/dia) ou placebo a partir da 2ª semana até o parto.
Os autores notaram que houve uma redução significativa de abortamentos tardios ( 13 a 22 semanas e 6 dias) e de trabalho de parto prematuro ( 23 semanas a 36 semanas e 6 dias) entre as mulheres que receberam metformina comparadas às que não usaram o medicamento.
Qual o possível mecanismo pelo qual a metformina faria isso?
Sugere-se que a metformina ative a AMPK que inibiria a mTORC1 ( via do complexo alvo da rapamicina. A ativação da mTORC1 induz o trabalho de parto prematuro e sua inibição impede ou adia no início de trabalho).
Os autores nórdicos concluíram que a metformina quando usada na gravidez, a partir do final do 1ª trimestre até o parto, pode reduzir o risco de aborto espontâneo tardio e parto prematuro.
Referência bibliográfica:
Løvvik et al. Use of metformin to treat pregnant women with polycystic ovary syndrome (PregMet2): a randomised, double-blind, placebo-controlled trial.2
www.thelancet.com/diabetes-endocrinology Published online February 18, 2019 http://dx.doi.org/10.1016/S2213-8587(19)30002-6
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