Como podem se beneficiar com tratamento sem anticoncepcionais?
1⃣ No Brasil, até 70,5 % das mulheres com síndrome dos ovários policísticos – SOP têm resistência insulínica (quando a insulina não entra nas células e se associa à fisiopatologia da SOP) (Pontes et al, 2012). Portanto, a grande maioria das mulheres com SOP tem resistência insulínica;
2⃣ Entretanto, há a possibilidade deste número ser ainda maior, chegando a se suspeitar de que até todas as mulheres com SOP possam apresentar algum grau de resistência insulínica (do Carmo Silva et al, 2006);
3⃣ Além disso, há falta de padronização entre os laboratórios para a dosagem de insulina (Pontes et al, 2012). Portanto, os valores podem variar de normais a alterados a depender dos pontos de corte adotados por cada Laboratório.
Para se ter uma ideia, alguns autores consideram resistência insulínica quando a insulinemia basal for acima de 6 micro IU/ml, outros acima de 10, alguns acima de 12 e outros acima de 20.
Em outras palavras, o seu valor “normal” de insulinemia pode não ser tão normal assim!
Interessante a adoção do HOMA-IR com valor de corte de 1,2; 1,8 e 2,71, de acordo com o IMC, por se aproximar do clamp euglicêmico (o método mais exato para detectar a RI). Há estudos que já mostram que um IMC a partir de 27,5 já indica RI.
4⃣ Há indícios de que algumas mulheres com SOP possam apresentar algum grau de disfunção em seus ovários, que reagiriam exacerbadamente a um valor “normal” de insulina, produzindo exageradamente hormônios androgênicos (responsáveis pela acne, hirsutismo ou pelos anormais e irregularidade menstrual). Para estas, um valor laboratorial “normal “ também seria Alto. (Baillargeon & Nestler, 2006);
5⃣ Possibilidade de realmente não se ter RI e nem SOP. Explicando melhor, a mulher apresenta um diagnóstico equivocado de SOP. Na verdade, ela pode apresentar uma doença ou transtorno Endócrino que se parece clinicamente com SOP, mas não é SOP. Tais como: hiperplasia adrenal não clássica , hipotireoidismo , etc.
Quanto aos medicamentos como a #metformina, se vê que mesmo algumas mulheres com SOP , magras e com insulina normal podem responder à droga (Ehrmann, et al, 2005)