Dificilmente vemos sociedades médicas tradicionais recomendarem suplementos, fitoterápicos ou produtos mais naturais e fisiológicos para mulheres na menopausa.
As recomendações da Sociedade Espanhola de Menopausa, chamaram minha atenção quanto à recomendação do Ômega 3 para as mulheres na menopausa.
De acordo com a Sociedade Espanhola de Menopausa, o consumo de ômega 3 (de peixe ou Krill , ambos ricos em antixoxidantes) é recomendado devido a diversos efeitos benéficos, incluindo cardiovasculares, metabólicos e anti-inflamatórios.
O consumo do peixe azul ( típico da Espanha e rico em ômega 3 poderia suprir a necessidade. Entretanto, a sua contaminação por mercúrio é conhecida e pode prejudicar nossa saúde ).
De acordo com os estudos avaliados, a suplementação de Ômega 3 é recomendada devido aos seguintes efeitos:
Cardiovasculares
• Efeitos antiarrítmicos (Grau 2C).
• Discreta redução da pressão arterial quando em doses superiores a 3g/dia (Grau 2C).
• Diminuição dos triglicerídeos (efeito mais consistente) quando em doses superiores a 3 g / dia) (Grau 2B).
A Sociedade sugere , na ausência da ingestão recomendada de peixe, suplementação diária de ômega 3 (Grau 2B para pacientes com doença coronariana e Grau 2C para aqueles sem doença coronariana).
Efeitos não cardiovasculares
• Melhora de alguns processos reumáticos, particularmente a artrite reumatóide (Grau 2C).
• Melhora de sintomas depressivos e psicóticos principalmente com EPA(Grau 2C).
• Evidências limitadas de um efeito protetor na perda óssea durante a pós-menopausa.
• O consumo de ômega 3 não foi associado a risco aumentado de qualquer tipo de câncer e poderia, portanto, ser seguramente usado em pacientes com câncer (Grau 2B).
Referência bibliográfica: 0. Recommendations of the Spanish Menopause Society on the consumption of MARK omega-3 polyunsaturated fatty acids by postmenopausal women. Maturitas 103 (2017) 71-77
Como anda sua libido?
A falta de disposição para o sexo pode atingir inúmeras mulheres todos os dias, afinal o desejo sexual é multifatorial e diversas situações e fatores podem torná-lo insatisfatório.
Por isso, hoje trago algumas dicas de como cuidar melhor de sua performance sexual:
▪Pratique exercícios físicos regularmente;⠀
▪Evite anticoncepcionais;⠀
▪Consuma alimentos como pimenta, romã e ostras. Eles aumentam naturalmente a libido (cada um por um motivo bioquímico específico);⠀
▪Exponha-se ao sol por pelo menos, vinte minutos diariamente;⠀
▪Separe um tempo para estar com o seu parceiro;⠀
▪Analise seus níveis hormonais em consulta médica.
Ao notar que não houve elevação da libido, é essencial procurar um profissional capacitado, e realizar as avaliações necessárias. ⠀
Cuide bem de sua saúde sexual! Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.⠀
Obesidade e contraceptivos hormonais não é uma boa combinação
Você sabia que de acordo com a OMS, 40% da população mundial feminina está com sobrepeso e 15% obesa?
De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( FEBRASGO):
• Os adesivos transdérmicos não devem usados por mulheres com 90 kg ou mais, devido à possibilidade de falha contraceptiva
• Existe redução do tempo de eficácia contraceptiva do implante de etonogestrel entre as obesas para até 2 anos de inserção ( o normal é que dure até 3 anos • Aumento do risco de sangramento irregular devido a biodisponibilidade de estrogênio e progestogênio, com comprometimento contraceptivo não importante • Discreto aumento do risco relativo de gestação quando em obesas com IMC > 35 Kg/m2
• “Os níveis de progestagênio demoram mais para atingir a estabilidade em obesas, e dessa forma recomenda-se o uso de 14 dias de preservativo para as iniciantes obesas de método hormonal”
• A eficácia da pílula do dia seguinte é ligeiramente inferior nas obesas • Risco 2-4 vezes maior de trombose quando comparado a não obesas.
De acordo com a Sociedade Europeia de contracepção, o DIU poderia ser uma alternativa para essas mulheres.
As mulheres obesas que se submeteram à gastroplastia devem evitar engravidar nos 18 meses iniciais pós-cirurgia devido às alterações nutricionais e metabólicas durante a fase de perda de peso acentuada, pelo maior risco de parto prematuro e rotura prematura das membranas.
Nestas mulheres, os anticoncepcionais orais devem ser evitados devido ao risco de absorção gástrica inadequada. Na realidade, são contra-indicados nestas pacientes ( categoria 3 pelos critérios de elegibilidade da OMS ). Neste caso, são recomendados métodos contraceptivos não orais como o DIU.
Referência bibliográfica
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/213-anticoncepcao-e-obesidade
Ressecamento vaginal?
Ressecamento vaginal é um tema bastante requisitado nos consultórios. É queixa que gera incômodos e insatisfação na vida sexual e emocional. É um problema comum entre as mulheres que estão na menopausa ou pós-parto, e a principal razão é a natural redução na produção dos estrogênios, nas fases referidas da vida da mulher.
Os principais incômodos desencadeados pelo ressecamento vaginal são coceira, queimação ou irritação na vagina, diminuição da elasticidade e dores durante as relações sexuais.
Algumas mulheres utilizam lubrificantes para o alívio dos sintomas, entretanto a solução é temporária e não resolve a principal causa do problema.
Também é comum ver esta queixa associada ao uso de pílulas anticoncepcionais, já que a redução da lubrificação vaginal é uma das formas (mas não a única) através das quais ela exerce ação contraceptiva.
Outra queixa comum é o ressecamento vaginal apenas durante ato sexual, por falta de estímulo antes da penetração. ☝Existe alguma maneira de evitar o ressecamento vaginal? Sim. Mas a solução depende da causa do problema e, como já foi dito acima, as causas são as mais variadas.
Procure o seu ginecologista e tire todas as suas dúvidas!