Quercetina e o seu poder antioxidante natural na SOP

Medicamentos atuais costumam ser usados apenas para controlar sinais e sintomas da SOP (por exemplo, anticoncepcionais orais) mas não são capazes de prevenir complicações associadas à síndrome como: obesidade, dislipidemia, hipertensão,doenças cardiovasculares e diabetes mellitus tipo 2 e pode até agravar cada uma destas situações.

Atualmente os anticoncepcionais podem levar à intolerância à glicose(pré-diabetes) e à resistência insulínica (principal fator fisiopatológico da grande maioria das mulheres com SOP e principal fator de risco para o diabetes mellitus tipo 2).

Portanto, de acordo com Rocca et al, 2015), os produtos naturais tornaram-se um tópico de interesse para o manejo da SOP e suas complicações. Particularmente aqueles produtos que demonstrem ação antioxidante (combatendo os radicais livres em excesso responsáveis pelo estresse oxidativo, fator fisiopatológico da SOP e causa predisponente de resistência insulínica ou da sua piora).

Além de agentes antioxidantes atualmente estudados no tratamento da SOP, tais como:
N -acetilciateína;
coenzima Q10;
ácido alfalipoico;
resveratrol;
…estudo atual (Pourteymour et al, 2020) mostra que a quercetina (flavonoide antioxidante encontrado na maçã, cebola, vinho tinto, cereja , pimenta, alcaparras) pode ajudar no tratamento da SOP melhorando a hiperandrogenemia, a foliculogênese (origem do óvulos) com poder de combater complicações, melhorando a RI e inflamação crônica.

Referência bibliográfica
Pourteymour et al. Quercetin and polycystic ovary syndrome, current evidence and future directions: a systematic review.Review J Ovarian Res. 2020.

Reposição hormonal com Estradiol e Progesterona – no tratamento da depressão na menopausa

Parece que a terapia hormonal (TH) não somente é capaz de gerenciar os sintomas depressivos na perimenopausa e pós -menopausa, mas de preveni-los também.

Estudo divulgado recentemente em janeiro de 2018 mostrou que o uso de estradiol transdérmico (absorção através da pele) + progesterona micronizado, não confundir com progestogênio (hormônio encontrado em pílulas anticoncepcionais), pode evitar o aparecimento de SINTOMAS DEPRESSIVOS CLÍNICOS SIGNIFICANTES DURANTE A TRANSIÇÃO PARA A MENOPAUSA E PÓS-MENOPAUSA RECENTE.

Qualidade de vida é algo que todos nós desejamos, independentemente da idade ou época da vida na qual nos encontremos. A depressão é um transtorno de humor que pode comprometer de forma importante a qualidade de vida da mulher junto à família, convívio social e profissional.
Cada vez mais estudos mostram como é importante a reposição hormonal na menopausa.
Procure sempre médico que possa avaliar sua necessidade e possibilidade de TH!

Referência bibliográfica:
Gordon et al . Efficacy of Transdermal Estradiol and Micronized Progesterone in the Prevention of Depressive Symptoms in the Menopause Transition
A Randomized Clinical Trial. JAMAPsychiatry, jan , 10 2018. JAMAPsychiatry.com

Deficiência subclínica de magnésio – Uma causa de doença cardiovascular e um caso de saúde pública

O magnésio (Mg) é um importante oligoelemento na prevenção de doenças cardiovasculares.

Você sabia que a maioria dos casos de deficiência de Mg não é diagnosticada?

Isto decorre porque o nível sérico não reflete a concentração intracelular deste oligoelemento.
De acordo com Dicolantonio et al (2018), 99 % do Mg do corpo é intracelular e, por isso, sua deficiência não é diagnosticada como deveria.

Vale lembrar que doenças crônicas, medicamentos, diminuição da concentração de Mg nos alimentos, ingestão de alimentos processados, fazem com que a grande maioria de nós, representantes da sociedade moderna, corra risco de apresentar deficiência de Mg.

Infelizmente a deficiência subclínica de magnésio pode provocar doenças cardiovasculares, implicando em um custo incalculável em saúde para os países do mundo, além do importante sofrimento a seus cidadãos. Por isso, deve ser considerada um caso crítico de saúde pública.

Diante disso, algumas pessoas devem receber a suplementação de Mg para evitar a sua deficiência subclínica, atingir um nível adequado deste oligoelemento e evitar doenças crônicas.

Referência bibliográfica:
Dinicolantonio et al. Subclinical magnesium de ciency: a principal driver of cardiovascular disease and a public health crisis.
Open Access
Downloaded from http://openheart.bmj.com/ on January 31, 2018 – Published by group.bmj.com

DIU de Cobre e Prata – Você já conhece?

Você já ouviu falar no DIU de cobre e prata?

O DIU é uma das opções de anticoncepção reversível de longa duração, muito prático e de alta eficácia.
Quero chamar a atenção para o DIU de prata e cobre, ainda pouco conhecido no Brasil e também livre de hormônios!

👉 Já é encontrado em nosso país sob registro: 10202850037 do Ministério da Saúde.
👉 O DIU de cobre e prata é feito de plástico com forma semelhante a um “Y”. Este formato objetiva maior conforto na inserção e remoção do produto. Sua haste horizontal mede de 3-3,2 cm e a vertical de 3,1-3,5 cm, com um diâmetro de 1,5 cm.
É indicado para uma histerometria (comprimento interno da cavidade uterina) entre 6 e 9 cm. Na haste vertical, encontram-se o cobre e a prata.

Qual a função da prata?

Através de um fino núcleo de prata, não corrosível, pode vir a diminuir ou eliminar uma possível fragmentação do cobre (evento raro) e melhorar a EFICÁCIA deste método. O DIU de cobre e prata objetiva também diminuir o risco de aumentar cólicas ou fluxo da menstruação, que são efeitos colaterais apresentados por algumas pacientes que usam o DIU de cobre.

Nunca deixe de fazer antes uma avaliação médica e saber qual o tipo de DIU é o mais indicado para você.

Referências bibliográficas:
www.dkplanejamentofamiliar.com.br
Bator et al. Two-year clinical experience with Nova-T 380, a novel copper-silver IUD Adv Contracept. 1999;15(1):37–48

Chi IC. The TCu 380A (AG), ML Cu 375, and Nova-T IUDs and the IUD daily releasing 20 micrograms levonorgestrel – four pillars of IUD contraception for the nineties and beyond? Contraception.1993;47(4):325-47
Sivin et al. Long-term contraception with the levonorgestrel 20 mcg/day (LNg 20) and the copper T 380Ag intrauterine devices: a five-year randomized study. Contraception. 1990;42(4):361–78

Anticoncepção – Vulvovaginites recorrentes em  usuárias de pílula

A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) é representante das associações de Ginecologia e Obstetrícia dos estados brasileiros e é referência científica e profissional em saúde da mulher. “Tem o propósito de Organizar e divulgar conhecimento em ginecologia e obstetrícia, para qualificar a atenção à saúde da mulher.” Além disso, promove a “educação e atualização através de informações confiáveis e diretrizes” …
A FEBRASGO esclarece em seu site que a vulvovaginite recorrente (VVR), como a candidíase vaginal, é conceituada como a ocorrência de quatro ou mais episódios de infecções genitais, devidamente diagnosticadas e tratadas, no período de um ano.
Segundo a FEBRASGO, são fatores, que alteram a microbiota (população de bactérias) da vagina predispondo à candidíase vaginal: diabetes mellitus, a corticoterapia, o uso de antibióticos e os contraceptivos orais.
De acordo com esta entidade científica, estudos mostraram aumento no risco de VVR, como a candidíase, em usuárias de contraceptivos orais combinados (COC) contendo doses de etinilestradiol acima de 35 mcg, independentemente do progestagênio associado.
Quando se fala em anticoncepcionais orais, “O estrogênio possui proteína de ligação (EBP – estrogen binding protein) em agentes fúngicos, particularmente na candida albicans, podendo ser responsável pelo ambiente favorável ao crescimento do fungo.”
Entretanto, parece que “não só o estrogênio, mas também o progestagênio isolado, pode ter influência negativa sobre a VVR.“

De acordo com a FEBRASGO: 👉 “Estudos mostram que, em mulheres com episódios comprovados de candidíase recorrente, a suspensão temporária do uso da pílula combinada promoveu menor número de recorrências, em comparação as mulheres que não suspenderam o contraceptivo. “
“A suspensãor temporária da pílula, mesmo com as menores doses estrogênicas, permite avaliar a sensibilidade individual a esse fator predisponente da VVR. “
“Caso na reintrodução do contraceptivo os episódios de candidíase retornem, a troca do método seria mais adequada. Caso contrário, poderia ser mantido o COC.”
Referência bibliográfica:
https://www.febrasgo.org.br/noticias/item/222-antico

Vitamina D – Pode diminuir o estresse oxidativo em mulheres com sop

Akbari et al (2018), em Estudo de revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados, fala a favor de que a suplementação com vitamina D pode combater o estresse oxidativo (resultante da ação excessiva dos radicais livres) e associado à piora da SOP com surgimento de complicações.
O uso de Vitamina D foi capaz de diminuir os níveis de biomarcadores de estresse oxidativo como proteína C reativa (PCR), ácido malondialdeido e aumento da capacidade antioxidante total.
A vitamina D é atualmente uma das suplementações mais estudadas em toda literatura médica em diversas áreas da Medicina.
Infelizmente, vez por outra, aparecem em redes sociais (como WhatsApp) verdadeiro desserviço ao avanço do emprego da vitamina D na prevenção e ajuda no tratamento de doenças. Por outro lado, nada melhor do que bons estudos (fatos contra os quais não há argumentos) para desfazer verdadeiras “opiniões” (que na verdade, não são evidências científicas), mesmo que essas sejam divulgadas em renomadas revistas médicas e propagadas por colegas com um bom currículo.
Recentemente Lee et al (2018) divulgaram um estudo com 16 anos de acompanhamento de 73.779 pacientes que receberam a administração de vitamina D nos Estados Unidos e chegaram à conclusão de que a toxicidade por vitamina D é um acontecimento extremamente raro e geralmente associado ao uso de dose não prescrita (por exemplo, erro na ingestão de dosagem acima da recomendada por tempo prolongado). A vitamina D deve ser prescrita por profissional de saúde habilitado e de acordo com a necessidade e possibilidade da paciente. Nunca se automedique!

Referências bibliográficas:
1. Akbari et al .The Efects of Vitamin D Supplementation on Biomarkers of In ammation and Oxidative Stress Among Women with Polycystic Ovary Syndrome: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Horm Metab Res 2018;

2. Lee et al. Vitamin DToxicity: A 16-Year Retrospective Study at an Academic Medical Center.
Laboratory Medicine 2018;00;1–7 DOI: 10.1093/labmed/lmx077