Mulheres com SOP tem mais Mycoplasma?

A síndrome dos ovários policísticos ( SOP ) é a endocrinopatia mais comum em mulheres em idade reprodutiva. Algumas evidências sugerem que a disbiose da microbiota intestinal ( população de bactérias benéficas e negativas) pode estar associada aos parâmetros clínicos da SOP (K. Tremellen& Pearce, 2012; Riu et al,2017) ; principalmente por induzir à resistência à insulina, mas pouco se sabe sobre a associação entre o microbioma vaginal e a SOP.
Em outras palavras, será que mulheres com SOP apresentam não somente alterações na população d e bactérias do intestino, mas na vagina também ? Implicando em sintomas como corrimentos ? Infecções por outras bactérias ou parasitas ?

Atualmente, Hong et al ( 2020) mostraram que em seu estudo as mulheres com SOP parecem ter, de maneira significante, MENORES quantidades das bactérias que protegem a vagina como lactobacillus e MAIORES quantidade de mycoplasma ( microorgansimo patogênico e que pode interferir na fertilidade). No estudo, a sua presença foi tão significativa, que os autores considerarem a possibilidade da presença de Mycoplasma possa ser um potencial biomarcador para sugerir a possibilidade de diganóstico de SOP ( identificação em exames vaginais).

Como praxe, a Medicina baseada em evidências recomenda mais pesquisas, para explorar o tema , mas- neste estudo – o gênero Mycoplasma foi associado à SOP .

Pergunto- me, será que um melhor controle alimentar, tratamento de uma disbiose intestinal , controle metabólico e hormonal , são necessários para uma melhor saúde intestinal ( consequentemente melhor imunidade geral ) e vaginal ?

Referência bibliográfica:
Hong et al .Association between polycystic ovary syndrome and the vaginal microbiome: a case-control study.Clin Endocrinol (Oxf). 2020 Apr 20. doi: 10.1111/cen.14198.

Particularidades do Inositol no tratamento da SOP que talvez você não saiba – Parte 02


• O MI no ovário é um dos segundos mensageiros do FSH ( hormônio responsável pela estimulação de folículos, que darão origem aos óvulos necessários á gravidez)
• A concentração de MI no trato reprodutivo feminino de mamíferos é substancialmente mais alta do que no soro sanguíneo, sugerindo que o MI desempenhe papéis específicos no nível ovariano, garantindo a correta maturação do oócito
• O MI é uma molécula natural, usada como suplemento nutricional, que se mostrou muito segura pelo (FDA) inclusive na gravidez.
• Não foram relatados eventos adversos associados à suplementação pré-natal de Inositol em estudos que avaliaram a relação entre Inositol e diabetes melittus gestacional e incluídos na Cochrane Review.
• MI e DQI em pacientes com SOP é a ação sensibilizante à insulina, que melhora a resistência à insulina, verificada principalmente pela melhora do (HOMA-IR).
• No nível sistêmico, o DCI melhora vários componentes da síndrome metabólica: a tolerância à glicose, diminui a pressão arterial sistólica e diastólica,diminuição de triglicerídeos e testosterona sérica .
• Os dois estereoisômeros foram considerados úteis no tratamento dos estados de resistência à insulina em mulheres com SOP.
• O uso do MI melhora a defibiência do tubo neural em mulheres resistente ap ácido fólico.
• MI e DQI parecem melhorar a regularidade menstrual e taxas de ovulação em mulheres com SOP.
1. Unfer et al Effects of Inositol(s) in Women with PCOS: A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. International Journal of Endocrinology. Volume 2016, Article ID 1849162, 12 pages. http://dx.doi.org/10.1155/2016/1849162;
2. Facchinetti, F., Appetecchia, M., Aragona, C., Bevilacqua, A., Bezerra Espinola, M. S., Bizzarri, M., … Unfer, V. (2020). Experts’ opinion on Inositols in treating polycystic ovary syndrome and non-insulin dependent diabetes mellitus: a further help for human reproduction and beyond. Expert Opinion on Drug Metabolism & Toxicology. doi:10.1080/17425255.2020.1737675 o mais abundante em animais e o DQI são essenciais para a estrutura e funções celulares. O mio – inositol é convertido em D-quiro-inositol, através de uma enzima epimerase.
• No corpo humano, o MI é sintetizado ativamente nos rins, fígado, testículos, glândula mamária, cérebro (os rins podem produzir aproximadamente 4 g de MI por dia).
• O mio – inositol é encontrado em grãos, feijões, nozes, sementes e frutas;
• Órgãos vitais, como o cérebro, precisam de altas concentrações de MI (10 a 15 vezes os valores detectados no sangue.
• A insulina precisa da presença de MI e DQI, para exercer suas atividades.
• A captação celular de glicose está principalmente sob controle do mio – inositol. Por isso, há concentração significativa em tecidos com alta utilização de glicose, como cérebro, coração e ovário. Além disso, o MI diminui a liberação de ácidos graxos livres dos tecidos adiposos.
• As concentrações de DCI são altas nos tecidos que armazenam glicogênio (por exemplo, fígado e músculo) e baixas naquelas em que a glicose é usada ativamente
• Sugere-se que o DQI é capaz de inibir a gliconeogênese hepática (armazenamento de glicose em forma de glicogênio), reduzir a deposição lipídica e melhorar a resistência à insulina.
• O MI parece atuar em níveis diferentes nas concentrações de glicose no organismo. Impede significativamente a absorção de glicose no nível duodenal e diminui o aumento da glicose no sangue. Esse achado pode ser explicado por uma interferência do MI na captação intestinal de glicose.

Referência bibliográficas:

1. Unfer et al Effects of Inositol(s) in Women with PCOS: A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. International Journal of Endocrinology. Volume 2016, Article ID 1849162, 12 pages. http://dx.doi.org/10.1155/2016/1849162;
2. Facchinetti, F., Appetecchia, M., Aragona, C., Bevilacqua, A., Bezerra Espinola, M. S., Bizzarri, M., … Unfer, V. (2020). Experts’ opinion on Inositols in treating polycystic ovary syndrome and non-insulin dependent diabetes mellitus: a further help for human reproduction and beyond. Expert Opinion on Drug Metabolism & Toxicology. doi:10.1080/17425255.2020.1737675

Particularidades do Inositol no tratamento da SOP que talvez você não saiba – Parte 01

• Existem na natureza 9 estereoisômeros do INOSITOL. Como se fossem nove tipos de inositol.
• Inositol vem do in (fibra), ose ( indicando carboidrato), ite (éster),ol (álcool)
• Os inositóis pertencem ao grupo de álcoois de açúcar (polióis cíclicos) e podem ser encontrados em nove formas estereoisoméricas.
• As mais importantes são o mio – inositol ( MI) e o D-quiro-inositol ( DQI)
• O MI é o mais abundante em animais e o DQI são essenciais para a estrutura e funções celulares. O mio – inositol é convertido em D-quiro-inositol, através de uma enzima epimerase.
• No corpo humano, o MI é sintetizado ativamente nos rins, fígado, testículos, glândula mamária, cérebro (os rins podem produzir aproximadamente 4 g de MI por dia).
• O mio – inositol é encontrado em grãos, feijões, nozes, sementes e frutas;
• Órgãos vitais, como o cérebro, precisam de altas concentrações de MI (10 a 15 vezes os valores detectados no sangue.
• A insulina precisa da presença de MI e DQI, para exercer suas atividades.
• A captação celular de glicose está principalmente sob controle do mio – inositol. Por isso, há concentração significativa em tecidos com alta utilização de glicose, como cérebro, coração e ovário. Além disso, o MI diminui a liberação de ácidos graxos livres dos tecidos adiposos.
• As concentrações de DCI são altas nos tecidos que armazenam glicogênio (por exemplo, fígado e músculo) e baixas naquelas em que a glicose é usada ativamente
• Sugere-se que o DQI é capaz de inibir a gliconeogênese hepática (armazenamento de glicose em forma de glicogênio), reduzir a deposição lipídica e melhorar a resistência à insulina.
• O MI parece atuar em níveis diferentes nas concentrações de glicose no organismo. Impede significativamente a absorção de glicose no nível duodenal e diminui o aumento da glicose no sangue. Esse achado pode ser explicado por uma interferência do MI na captação intestinal de glicose.

Referência bibliográficas:

1. Unfer et al Effects of Inositol(s) in Women with PCOS: A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. International Journal of Endocrinology. Volume 2016, Article ID 1849162, 12 pages. http://dx.doi.org/10.1155/2016/1849162;
2. Facchinetti, F., Appetecchia, M., Aragona, C., Bevilacqua, A., Bezerra Espinola, M. S., Bizzarri, M., … Unfer, V. (2020). Experts’ opinion on Inositols in treating polycystic ovary syndrome and non-insulin dependent diabetes mellitus: a further help for human reproduction and beyond. Expert Opinion on Drug Metabolism & Toxicology. doi:10.1080/17425255.2020.1737675

A melatonina pode ajudar no tratamento de reprodução assistida (TRA) em mulheres com SOP?

Aplicação de melatonina no tratamento de reprodução assistida: uma revisão sistemática e metanálise de ensaios randomizados.

👉Estudo de revisão sistemática recente (estudo que avalia ao mesmo tempo outros estudos sobre determinado tema) verificou na literatura pesquisada, que tratamento com melatonina aumenta -significativamente- a taxa de gravidez clínica. A dose da melatonina variou de 2 mg a 8 mg por dia, algumas vezes associada ao mio – inositol e ácido fólico e antes ou durante a execução de protocolos de reprodução assistida.
O tratamento com melatonina também aumentou o número de oócitos coletados, oócitos maturados e embriões de boa qualidade. Nenhuma evidência clara sugeriu que o tratamento com melatonina aumentasse os eventos adversos nos ciclos de TRA.
Para relembrar, a melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal e com significante poder antioxidante. O mio – inositol é uma substância natural e é sintetizado ativamente nos rins, fígado, glândula mamária, cérebro (os rins podem produzir aproximadamente 4 g de MI por dia). O mio – inositol é também encontrado em grãos, feijões, nozes, sementes e frutas e age melhorando a resistência à insulina. Atualmente, diversos estudos apontam os benefícios de ambos no tratamento de mulheres com SOP.

Referência bibliográfica:
Hu, K.-L., Ye, X., Wang, S., & Zhang, D. (2020). Melatonin Application in Assisted Reproductive Technology: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Trials. Frontiers in Endocrinology, 11. doi:10.3389/fendo.2020.00160
Unfer et al Effects of Inositol(s) in Women with PCOS: A Systematic Review of Randomized Controlled Trials. International Journal of Endocrinology. Volume 2016, Article ID 1849162, 12 pages. http://dx.doi.org/10.1155/2016/1849162(;

Ovários Policísticos – Somente atinge mulheres com obesidade?

MITO!
Cerca de 60 a 70 % das mulheres com SOP apresentam sobrepeso ou obesidade. Quanto maior o peso, maior é a presença da resistência à insulina no organismo e hiperinsulinemia (aumento da insulina no sangue).⠀
A resistência insulínica desempenha um papel central na fisiopatológico da SOP. A gordura intra-abdominal ou gordura visceral tem alta associação com a resistência insulinica e é um Importante fator de risco para doenças cardiovasculares como infarto e AVC.⠀
Sem dúvida, o combate ao sobrepeso e a obesidade estimulando a perda de peso é medida fundamental para o sucesso do tratamento e prevenir doenças cardiovasculares, diabetes e complicações gravídicas como abortamentos , diabetes e hipertensão .⠀
Por outro lado, é um mito acreditar que a SOP atinja apenas as mulheres que se encontram acima do peso, pois atinge as magras ou com o peso normal também. As pacientes magras com SOP também apresentam complicações. Percebe-se, principalmente, que elas demonstram alterações menstruais e infertilidade e têm maior risco de gordura visceral ( esteatose hepática ou gordura no fígado ), além de alterações sanguíneas de inflamação crônica subclínica ( associado à doenças cardiovasculares) do que mulheres magras sem SOP.⠀
Referência bibliográfica:⠀
1.Silva et al . Síndrome dos ovários policísticos, síndrome metabólica, risco cardiovascular e o papel dos agentes sensibilizadores da insulina⠀
Arq Bras Endocrinol Metab vol.50 no.2 São Paulo Apr. 2006⠀

Vantagens do DIU de cobre – que nem sempre contam para você…

O DIU de cobre:
🔵 É um método contraceptivo eficaz e seguro por longo período de tempo;
🔵 Não engorda e, por isso, possibilita otimizar os resultados da reeducação alimentar e exercícios físicos;
🔵 Tem custo acessível a praticamente todas as pessoas;
🔵 É de fácil introdução no útero;
🔵 É de fácil retirada em qualquer consultório, quando sua usuária desejar;
🔵 É mais econômico. Faça o seguinte cálculo: multiplique por 120 o preço do seu anticoncepcional hoje. Você terá como resultado o dinheiro que você economizará em 10 anos (tempo de validade de alguns DIU de cobre) por não precisar comprar pílulas ou injeções todos os meses. Isso sem levar em conta o aumento natural no preço dos anticoncepcionais hormonais durante este tempo.
🔵 Evita os problemas provocados pelo atraso em tomar pílulas ou receber injeções, ou o seu esquecimento, tais como sangramentos genitais e gravidez;
🔵 Não se associa à trombose venosa profunda, câncer de mama, câncer do colo do útero, tumores hepáticos, doenças inflamatórias intestinais como ocorre com as pílulas anticoncepcionais;
🔵 Protege contra o câncer de endométrio (da parte interna do útero) e estudos atuais sugerem menor ocorrência de câncer de colo entre usuárias deste método.
🔵 Preserva a libido da mulher, pois não reduz a sua testosterona como ocorre com os contraceptivos orais;
🔵 Proporciona rápido o reestabelecimento da fertilidade após sua retirada, ao contrário do que ocorre com certos contraceptivos hormonais – como os injetáveis trimestrais – que podem fazer com que a usuária leve em média 10 meses para engravidar podendo chegar até a 31 meses (quase três anos) após a última injeção!
🔵 Pode ser utilizado pela mulher que já mantém relações sexuais e que nunca teve filhos, inclusive adolescentes!