Low glúten e os sintomas da endometriose

Marziali et al (2012) e Marziali et al (2015) mostraram em seus estudos que a dieta livre do glúten pode trazer significante melhora nos sintomas da #endometriose e até tornar o tratamento medicamentoso com dienogest (droga comumente usada) mais eficaz.

Moore et al ( 2017) mostram agora em seu estudo com 160 mulheres com diagnóstico de endometriose, que a #dieta com restrição de FODMAP pode ajudar no tratamento desta doença.⠀

O que é FODMAP ?⠀

O FODMAP é o acrônimo de dissacarídeos, monossacarídeos e polióis de oligossacarídeos fermentáveis, um grupo de carboidratos de cadeia curta encontrados em uma variedade de frutas, vegetais e grãos. Os FODMAPs são mal absorvidos e facilmente fermentáveis por bactérias. Suas ações osmóticas e produção de gás causam distensão intestinal induzindo dor e inchaço em pacientes, com efeitos secundários na motilidade intestinal. A literatura científica mostra que a endometriose é mais comum em mulheres com síndrome do intestino irritável (SCI). Além disso, parece que casos desta síndrome podem ser simplesmente endometriose não diagnosticada, uma vez que essa ginecopatia pode provocar queixas intestinais semelhantes às da SCI.

Os autores concluem que a dieta com restrição de FODMAP é eficaz no tratamento de mulheres com sintomas intestinais e endometriose. O acompanhamento médico e de nutricionista são fundamentais. Nunca tome condutas sem a orientação destes profissionais.⠀

Referências bibliográficas:⠀
1.Marziali M, et al. Gluten-free diet: a new strategy for management of painful endometriosis related symptoms? Minerva Chir. 2012 Dec;67(6):499-504.⠀
2.Marziali M, et al. Role of Gluten-Free Diet in the Management of Chronic Pelvic Pain of Deep Infiltranting Endometriosis.J Minim Invasive Gynecol. 2015 Nov-Dec.⠀
3.Moore et al. Endometriosis in patients with irritable bowel syndrome: Speci c symptomatic and demographic pro le, and response to the low FODMAP diet . Aust N Z J Obstet Gynaecol 2017; 1–5

Quem não pode usar DIU?

O DIU, apesar de ser um excelente método #contraceptivo, assim como outros, possui suas contra- indicações. Portanto, nem todas as mulheres podem usar o DIU de cobre. ⠀

Em primeiro lugar, somente as mulheres que já mantém relações sexuais, podem usar o DIU de cobre. ⠀

Que mulheres não podem usar o DIU de cobre?

Mulheres:
👎 Grávidas ou com suspeita de gravidez;⠀
👎 Com septicemia puerperal ( grave infecção no puerpério, ou seja, infecção após o parto)⠀
👎 Com abortamento infectado;⠀
👎 Sangramento vaginal inexplicável;⠀
👎 Câncer do colo do útero aguardando tratamento;⠀
👎 Câncer endometrial ( parte interna do útero) aguardando tratamento;⠀
👎 Grande distorção da cavidade uterina por #miomas ou malformações congênitas ou adquiridas que inviabilizem a inserção do DIU;⠀
👎 doença inflamatória pélvica em atividade;⠀
👎 Cervicite purulenta ( infecção do colo do útero) , presença de gonorreia ou infecção por clamídia;⠀
👎 risco aumentado para DST ( como profissionais do sexo);⠀
👎 AIDS ( doença em atividade) Entretanto, se tiver apenas a infeção por HIV, ou seja, sem doença ativa,não é contra- indicada a inserção do DIU)⠀

Referência bibliográfica:⠀
1. Manual de Critérios Médicos de Elegibilidade da OMS para uso de métodos anticoncepcionais. FEBRASGO, 2010. 4ª edição. ⠀

Quais mulheres podem usar DIU de cobre?

Algumas de minhas pacientes usam hoje o DIU de cobre, pois se sentiam muito mal quando usavam anticoncepcionais hormonais.
Elas os usavam apenas para contracepção. 

Detalhe: elas ainda não tinham filhos. 

Este fato, apesar de não ser nenhuma contra – indicação ao uso do DIU, dificulta que mulheres que ainda não engravidaram, consigam encontrar facilmente um médico que queira colocá-lo nas que desejam usá-lo. Tudo isso por mito de que : “mulheres que ainda não tiveram filhos não podem usar o DIU (MITO!!!) ” Afinal, que mulheres podem usar o DIU de cobre?

As mulheres que:
👍 Tenham ou não tido filhos;
👍 Sejam casadas ou não;
👍 de qualquer idade, inclusive adolescentes e mulheres acima de 40 anos;
👍 tenham acabado de passar por um aborto espontâneo ou induzido ( se não houver evidência de infecção);
👍 Estejam amamentando;
👍 Executem trabalhos físicos pesados;
👍 Tenham tido uma gravidez ectópica;
👍 Tenham tido uma doença inflamatória pélvica ( tratada ou curada);
👍 Tenham anemia;
👍 Estejam infectadas com HIV ou em terapia desde que clinicamente bem.

Referência bibliográfica
Planejamento familiar. Um manual global para profissionais e serviços de saúde. Organização Mundial de Saúde e Escola Bloomberg de Saúde Pública/ Centro de Programas de Comunicação da Universidade Johns Hopkins, 2007.

Vitamina D e Probióticos – dupla bem-vinda na SOP

Atualmente, sempre que começo o tratamento para minhas pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP), chamo atenção para:

O mais importante de tudo é a conscientização e por em prática o estilo de vida ( reeducação alimentar, exercícios físicos, gerenciamento do estresse, dormir bem e livrar-se de vícios como fumar e álcool em excesso).

Dificilmente não iniciarei a suplementação com vitamina D ( com muita frequência é baixa em quem tem SOP e que pode ser causa ou consequência de desequilíbrio endócrino e metabólico, que muito se observa nestas mulheres) e probióticos (importante estratégia para corrigir a disbiose intestinal – desequilíbrio entre bactérias nocivas e benéficas do intestino – que pode levar à resistência insulinica , atualmente o principal fator fisiopatológico da SOP).

Estudo divulgado agora em 2019 mostrou que a administração de 50.000 UI de vitamina D a cada 2 semanas ( dose discreta)+ probióticos ( 8 bilhões /dia) em cápsulas, com as seguintes cepas: Lactobacillus acidofilus, Bifidobacterium bifidum, Lactobacillus reuteri and Lactobacillus fermentum (2 × 10 9ªCFU/g cada ou 2 bilhões cada), foi capaz de trazer melhora: nos parâmetros mentais (a SOP associa-se com frequência a transtornos psiquiátricos como compulsão alimentar , ansiedade , depressão e distúrbio bipolar ) , testosterona total , hirsutismo ( pelos anômalos ) , diminuição de fatores inflamatórios e aumento de antioxidantes, úteis no combate ao estresse oxidativo (excesso de radicais livres provocando danos e complicações associadas à SOP).

Referência bibliográfica :
Ostadmohammadi et al.Vitamin D and probiotic co-supplementation affects mental health, hormonal, inflammatory and oxidative stress parameters in women with polycystic ovary syndrome. J Ovarian Res. 2019.

Terapia hormonal é para todas em menopausa?

Você chegou à menopausa precoce ou no tempo esperado e apresenta sintomas que reduzem grandemente sua qualidade de vida pela presença de fogachos (calores), diminuição importante da libido, ressecamento vaginal, grande labilidade emocional, irritabilidade.
Você poderia beneficiar-se da terapia hormonal (TH) desde que não possuísse contraindicações ao uso de #hormônios.
Você sabe quais são as situações onde não deve receber a TH?

A terapia hormonal (TH) ESTÁ CONTRAINDICADA nos seguintes casos:
• Doença hepática descompensada;
• Câncer de mama;
• Câncer de endométrio;
• Lesão precursora para câncer de mama;
• Porfiria (doença genética do sangue);
• Sangramento vaginal de causa desconhecida;
• Doenças coronariana (angina e infarto do miocárdio) e cerebrovascular (AVC, ataque isquêmico transitório)
• Doença trombótica ou tromboembólica venosa – levar
em conta a via de administração;
• Lúpus eritematoso sistêmico;
• Meningioma – apenas para o progestagênio.

Referência bibliográfica:
Wender, Pompei e FernandesConsenso Brasileirode Terapêutica Hormonal da Menopausa. Associação Brasileira de Climatério (SOBrAC). 2014