Minha dor voltou! Será endometriose?

Muitas pacientes, atualmente com diagnóstico de endometriose, se queixam de que se levou muito tempo para o diagnóstico desta doença.
Queixam-se de que houve um retardo no diagnóstico da endometriose e que as dores menstruais e durante a relação sexual retornaram, mesmo usando a pílula anticoncepcional de forma contínua. 

De fato, as evidências científicas atuais apontam que o tratamento de dores menstruais com anticoncepcionais podem MASCARAR O DIAGNÓSTICO da endometriose. 
Um bom exemplo são os casos de mulheres na adolescência. Motivadas por dores menstruais mensais insuportáveis, procuram o ginecologista para tratamento. 

Muitas vezes, prescreve-se anticoncepcionais e se esquece de investigar queixas, sinais, sintomas, realizar exame físico e ginecológico completo. Por último, não se prescreve exames de imagem necessários para o diagnostico da endometriose . 

Então, saem do consultório com orientação para usar pílulas anticoncepcionais para tratamento da dor. Sem desconfiar que, na verdade, começavam um quadro de endometriose. 

Por um determinado período de tempo, as pílulas são uteis para diminuir e até controlar a dor. Afinal de contas, podem diminuir temporariamente a atividade da aromatase (enzima que aumenta o estradiol, hormônio que alimenta a endometriose) e fatores inflamatórios. Entretanto, parecem que se mostram insuficientes em impedir a evolução da endometriose. 

Com o tempo, as dores e sangramentos retornam, demonstrando que a doença progrediu. A partir daí, o medico passa a investigar realmente a endometriose. Infelizmente, houve um retardo, que pode chegar em média a 8 anos para diagnosticar essa doença. 

De fato, 3 revisões Cochrane verificaram que, em 20 anos de estudos sobre o uso anticoncepcionais orais no tratamento da endometriose, até o momento, NÃO HÁ EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS DE QUE OS ANTICONCEPCIONAIS ORAIS SEJAM EFICAZES NO CONTROLE DA DOR EM MULHERES COM ENDOMETRIOSE.

Afinal, a SOP tem cura?

A SOP é um transtorno endócrino, uma síndrome, não tem nem começo nem fim. Inúmeros fatores estão associados a ela: alimentação, estresse, desreguladores endócrinos, resistência insulínica, alterações epigenéticas.

Esta última é a forma com que seus genes se expressam, adequadamente ou não. Ex.: você tem o gene da deposição de gordura, que deveria fazer com que esse processo fosse normal, mas a alteração desse gene faz com que você deposite mais gordura que o normal e, com o aumento do percentual de gordura, aumenta a resistência insulínica, levando ao aparecimento da SOP.

Manter o estilo de vida saudável é imprescindível para tratar a SOP, esse tratamento é para sempre, não deve ser pausado, nem cessado, pois pode resultar no reaparecimento dos sintomas e dos demais problemas. Para a SOP não há cura, há controle.