Dieta sem glúten é uma boa escolha para quem tem endometriose?

Uma dieta livre de glúten é benéfica apenas para quem tem doença celíaca?
Uma paciente com endometriose e sem doença celíaca poderia beneficiar-se da dieta sem glúten?

Pesquisadores acreditando que o glúten pode aumentar a produção de CITOCINAS INFLAMATÓRIAS (substâncias capazes de piorar a endometriose), conduziram um estudo envolvendo 300 mulheres com endometriose profunda. Durante 6 meses, 150 dessas pacientes foram submetidas ao tratamento com dienogeste 2 mg + dieta sem glúten. Outras 150 usaram o dienogest 2 mg + dieta com glúten.

Adivinhem qual o grupo que apresentou MELHORA estatisticamente significante da dor pélvica?

Acertou quem apontou o grupo que adotou a dieta SEM GLÚTEN!
Atenção, enquanto muitos acham que a dieta sem glúten só é importante para quem tem doença celíaca, diversos estudos vêm mostrando que é perda de tempo não adotar essa dieta para as mulheres com fortes dores pélvicas associadas à endometriose. Primeiro, porque quem adotar esse tipo de dieta se baseará em evidências científicas e não em “achismos”. Segundo, porque o glúten não é elemento essencial à saúde humana (ninguém adoece se deixar de comer glúten!). Ele pode facilmente (com boa orientação nutricional) ser substituído por opções mais saudáveis, sem prejudicar a ingesta calórica ou o objetivo nutricional de cada paciente. Sob orientação profissional competente (médico e nutricionista funcional), garanto que ninguém morrerá se não comer glúten!
Caro colega médico, você poderá surpreender-se com os resultados de uma dieta sem glúten para sua paciente!

Na dúvida, diante de uma paciente com endometriose e dor pélvica, acredito que a retirada do glúten da dieta já a partir de 6 meses, ou até menos, poderá trazer resultados extremamente positivos! Caso não haja melhora após 6 meses, o glúten pode voltar para o cardápio!
OBS: só não vale esconder que anda comendo sua pizza, pãozinho francês ou biscoitos e cobrar resultados de seus médico e nutricionista, ok?!

Fonte : Marziali M, et al. J Minim Invasive Gynecol. 2015 Nov-Dec