As mulheres que usam anticoncepcionais hormonais têm maior risco de trombose! – Mito ou verdade?

VERDADE‼ Todo ginecologista antes de indicar contraceptivos hormonais e principalmente contraceptivos orais combinados, deve alertar suas pacientes sobre esse risco. Lembremos sempre às pacientes que fumam ou já tiveram algum episódio de trombose, ou possuem alguma doença (como lúpus), ou alguma alteração sanguínea (trombofilia) que possa levar à trombose, que NÃO podem usar tal medicações.

Qual a incidência de tromboembolismo em mulheres em idade reprodutiva?

Mulheres não usuárias: 5 a cada 100,000 mulheres; Mulheres que usam pílulas de 2ª geração: 15 a cada 100,000 mulheres; Mulheres que usam pílulas de terceira geração: 25 a cada 100,000 mulheres. Entretanto, Metanálise recente mostrou uma incidência de até 3,7 a cada 10.000 mulheres/ano para não usuárias e um risco relativo de 3,5 para as usuárias.
O risco depende do tipo de progestogênio usado e a dose do estrogênio; Mulheres durante a gestação: 56 casos a cada 100,000 mulheres.
Mais uma vez repito: ao prescrever qualquer medicação, nós, médicos, devemos levar sempre em consideração o custo-benefício após avaliarmos a necessidade de uso, indicações, contra-indicações e possíveis efeitos colaterais.

Vejam bem, não estou aqui defendendo ou condenando os anticoncepcionais, e sim a sua indicação racional e baseada em evidências científicas. Além do que, em muitos casos, são armas úteis para o tratamento de muitas pacientes. Até mesmo porque prefiro indicar o DIU de cobre, quando o objetivo for apenas anticoncepção e a paciente não possuir doença ou intercorrência que contra -indiquem o seu uso, ou exija o uso de contraceptivo hormonal como escolha mais adequada.

Fontes: 1. Mayor S. Departament of health changes advice on third genetation pills. BMJ. 1999;318(7190):1026; 2. Manual de Orientação em Anticoncepção. FEBRASGO. 2010.; 3. Stegeman BH et al. Different combined oral contraceptives and the risk of venous thrombosis: systematic review and network metanalysis. BMJ. 2013. Sep 12;347