A resposta é: Não! Progesterona não é progestogênio!
De acordo com Lieberman & Curtis (2017), há uma confusão na literatura médica mundial entre pesquisadores que confundem progesterona (mesma estrutura química da encontrada no corpo humano) com progestogênio (com estrutura química bastante diferente daquela encontrada nas mulheres, resultando em diferentes ações no nível celular) . São exemplos de progestogênios: acetato de medroxiprogesterona, levonorgestrel e noretisterona.
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Lieberman & Curtis (2017) chegam a defender que a progesterona previne e protege contra o câncer de mama.
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Os PROGESTOGÊNIOS (associados com câncer de mama em diversos estudos importantes) são bastante confundidos com PROGESTERONA, ou P4 (comumente chamada de progesterona natural ou micronizada, mas segura em não provocar este câncer). Estudos de peso mostram que a P4 apresenta menor risco, e sugerem proteçao contra o câncer de mama (Fournier et al, 2008; Cordina-Duverger, 2013; Asi et al, 2016; Stute et al,2018). Asi et al (2016), em estudo de revisão sistemática, incluindo 86.881 mulheres menopausadas, apresentaram resultados que sugerem maior risco de câncer de mama com uso de progestogênios quando comparados à P4.
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Recentemente, outra revisão sistemática com Stute et al (2018) diz que há evidências de que: estrogênios combinados com uso oral ou vaginal da PROGESTERONA ou P4 não aumentam o risco de câncer de mama por até 5 anos de duração do tratamento e, após 6 anos, há evidências LIMITADA de que aumenta discretamente este risco.
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Independente, se escolhido P4 ou progestogênio, toda mulher deve ter sua Terapia Hormonal (TH) baseada nos seus fatores de risco: modificáveis (por exemplo: dieta, sedentarismo, obesidade, fumo, álcool ) e não modificáveis (por exemplo: câncer de mama anterior e genética familiar, mãe e/ou irmã com câncer de mama). A progesterona é interessante para ajudar a regularizar os ciclos menstruais em mulheres com SOP, por exemplo.