Sempre que TPM chega você sente vontade de comer doces?
Essa fase é bastante comum na vida de muitas mulheres. Junto com as cólicas, sinais de irritabilidade e o inchaço que o ciclo menstrual incita, surge também uma grande vontade de ingerir carboidrato. E mesmo que ele faça com que você se sinta temporariamente melhor e mais aliviada, é preciso ter sempre cuidado com a compulsão por doces.
Em períodos de tensão pré-menstrual os níveis de serotonina (hormônio responsável pelas sensações de prazer e bem estar) reduzem significativamente, fazendo com que a vontade de consumir açúcar aumente.
Quando o doce é consumido, a glicose é liberada na corrente sanguínea e estimula a liberação de insulina, que irá transportá-la para as células afim de oferecer energia ao corpo. O problema é que quando o consumo de açúcar é frequente e em grande escala, a insulina trabalha intensamente para que ele seja retirado de uma vez. A glicose cai. O corpo sente necessidade de repor o que está em falta, fazendo com que a pessoa coma mais doces, entrando em um ciclo vicioso: a compulsão!
Obesidade, diabetes tipo 2, problemas hepáticos, câncer, distúrbios mentais e problemas cardiovasculares são algumas consequências dessa doença.
Uma das formas de reduzir o consumo de doces é acrescentando fibras e alimentos ricos em triptofano (precursor da serotonina) na sua dieta, pois eles diminuirão o estresse e proporcionarão saciedade por mais tempo.
Controlar a compulsão por doces não é fácil e requer um acompanhamento médico e nutricional! Não deixe de procurar o seu ginecologista e nutricionista
Uso de anticoncepcionais combinados e o risco de trombose
O tromboembolismo venoso é raro entre as mulheres saudáveis em idade reprodutiva (5-10 episódios a cada 10.000 mulheres -anos).
O risco de trombose aumenta de 8 a 10 episódios entre as usuárias de contraceptivos orais combinados ( COC) ou pílulas anticoncepcionais.
Recentemente, a OMS encomendou à Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) uma revisão para avaliar os riscos de trombose associado às pílulas, como forma de atualizar os Critérios de Elegilibilidade da OMS para anticoncepcionais.⠀
Dragoman et al ( 2018) encontraram , após avaliarem 22 artigos científicos, que as usuárias de pílulas anticoncepcionais combinadas contendo o progestogênio levonorgestrel apresentam um risco de 9 a 10 eventos de trombose por 10.000 mulheres -anos.⠀
Quando pílulas contendo outros progestogênios são usadas, ocorre um aumento no risco em 1,5 a 2,0 vezes, resultado em um risco absoluto de aproximadamente 14 a 20 casos de trombose por 10.000 mulheres -anos, ou um risco adicional de 5 a 10 episódios por 10.000 mulheres – anos.⠀
O risco maior foi encontrado entre as usuárias de pílulas contendo ciproterona e foi menor, em ordem decrescente , entre as que usaram com desogestrel, gestodeno, drospirenona, dienogest e norgestimate.⠀
Referência bibliográfica:⠀
Dragoman et al. A systematic review and meta-analysis of venous thrombosis risk among users of combined oral contraception. Int J Gynecol Obstet 2018; 141: 287–294 FIGO. DOI: 10.1002/ijgo.12455 wileyonlinelibrary.com/journal/ijgo | 287⠀
Sintomas da TPM
Um dia, o marido de uma paciente minha (eles têm 4 filhas) perguntou “Doutora, a senhora sabe o que significa a sigla TPM?” Respondi, meio que perguntando “Tensão Pré-Menstrual?” Ele disse “Aí é que a senhora se engana! Significa ‘Tendência Para Matar’”
Vai chegando um período do ciclo menstrual que vêm aquelas alterações cíclicas na vida da mulher. As emoções ficam confusas, a cabeça não funciona dentro de seu normal.
Confira os sintomas mais comuns:
– Irritabilidade;
– Inchaço;
– Alterações do humor;
– Dor nas mamas;
– Dor de cabeça;
– Acne;
– Vontade de comer doces;
– Cansaço/ dores no corpo;
– Alterações do sono;
– Diminuição da libido.
A situação é tão séria, que é prevista em lei redução de pena, em caso de crimes cometidos nesta fase! Mas não precisamos ser vítimas dos hormônios!
Independentemente das queixas, é fundamental procurar um ginecologista para receber orientações em como tratar e amenizar os desconfortos trazidos pela TPM de forma natural e individualizada.
Dieta adequada, atividade física regular e suplementação própria para cada paciente podem combater mais de 90% dos sintomas.
Ômega 3 um aliado da mulher na menopausa
Dificilmente vemos sociedades médicas tradicionais recomendarem suplementos, fitoterápicos ou produtos mais naturais e fisiológicos para mulheres na menopausa.
As recomendações da Sociedade Espanhola de Menopausa, chamaram minha atenção quanto à recomendação do Ômega 3 para as mulheres na menopausa.
De acordo com a Sociedade Espanhola de Menopausa, o consumo de ômega 3 (de peixe ou Krill , ambos ricos em antixoxidantes) é recomendado devido a diversos efeitos benéficos, incluindo cardiovasculares, metabólicos e anti-inflamatórios.
O consumo do peixe azul ( típico da Espanha e rico em ômega 3 poderia suprir a necessidade. Entretanto, a sua contaminação por mercúrio é conhecida e pode prejudicar nossa saúde ).
De acordo com os estudos avaliados, a suplementação de Ômega 3 é recomendada devido aos seguintes efeitos:
Cardiovasculares
• Efeitos antiarrítmicos (Grau 2C).
• Discreta redução da pressão arterial quando em doses superiores a 3g/dia (Grau 2C).
• Diminuição dos triglicerídeos (efeito mais consistente) quando em doses superiores a 3 g / dia) (Grau 2B).
A Sociedade sugere , na ausência da ingestão recomendada de peixe, suplementação diária de ômega 3 (Grau 2B para pacientes com doença coronariana e Grau 2C para aqueles sem doença coronariana).
Efeitos não cardiovasculares
• Melhora de alguns processos reumáticos, particularmente a artrite reumatóide (Grau 2C).
• Melhora de sintomas depressivos e psicóticos principalmente com EPA(Grau 2C).
• Evidências limitadas de um efeito protetor na perda óssea durante a pós-menopausa.
• O consumo de ômega 3 não foi associado a risco aumentado de qualquer tipo de câncer e poderia, portanto, ser seguramente usado em pacientes com câncer (Grau 2B).
Referência bibliográfica: 0. Recommendations of the Spanish Menopause Society on the consumption of MARK omega-3 polyunsaturated fatty acids by postmenopausal women. Maturitas 103 (2017) 71-77
Como anda sua libido?
A falta de disposição para o sexo pode atingir inúmeras mulheres todos os dias, afinal o desejo sexual é multifatorial e diversas situações e fatores podem torná-lo insatisfatório.
Por isso, hoje trago algumas dicas de como cuidar melhor de sua performance sexual:
▪Pratique exercícios físicos regularmente;⠀
▪Evite anticoncepcionais;⠀
▪Consuma alimentos como pimenta, romã e ostras. Eles aumentam naturalmente a libido (cada um por um motivo bioquímico específico);⠀
▪Exponha-se ao sol por pelo menos, vinte minutos diariamente;⠀
▪Separe um tempo para estar com o seu parceiro;⠀
▪Analise seus níveis hormonais em consulta médica.
Ao notar que não houve elevação da libido, é essencial procurar um profissional capacitado, e realizar as avaliações necessárias. ⠀
Cuide bem de sua saúde sexual! Em caso de dúvidas, consulte o seu médico.⠀
Obesidade e contraceptivos hormonais não é uma boa combinação
Você sabia que de acordo com a OMS, 40% da população mundial feminina está com sobrepeso e 15% obesa?
De acordo com a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( FEBRASGO):
• Os adesivos transdérmicos não devem usados por mulheres com 90 kg ou mais, devido à possibilidade de falha contraceptiva
• Existe redução do tempo de eficácia contraceptiva do implante de etonogestrel entre as obesas para até 2 anos de inserção ( o normal é que dure até 3 anos • Aumento do risco de sangramento irregular devido a biodisponibilidade de estrogênio e progestogênio, com comprometimento contraceptivo não importante • Discreto aumento do risco relativo de gestação quando em obesas com IMC > 35 Kg/m2
• “Os níveis de progestagênio demoram mais para atingir a estabilidade em obesas, e dessa forma recomenda-se o uso de 14 dias de preservativo para as iniciantes obesas de método hormonal”
• A eficácia da pílula do dia seguinte é ligeiramente inferior nas obesas • Risco 2-4 vezes maior de trombose quando comparado a não obesas.
De acordo com a Sociedade Europeia de contracepção, o DIU poderia ser uma alternativa para essas mulheres.
As mulheres obesas que se submeteram à gastroplastia devem evitar engravidar nos 18 meses iniciais pós-cirurgia devido às alterações nutricionais e metabólicas durante a fase de perda de peso acentuada, pelo maior risco de parto prematuro e rotura prematura das membranas.
Nestas mulheres, os anticoncepcionais orais devem ser evitados devido ao risco de absorção gástrica inadequada. Na realidade, são contra-indicados nestas pacientes ( categoria 3 pelos critérios de elegibilidade da OMS ). Neste caso, são recomendados métodos contraceptivos não orais como o DIU.
Referência bibliográfica
https://www.febrasgo.org.br/pt/noticias/item/213-anticoncepcao-e-obesidade
Ressecamento vaginal?
Ressecamento vaginal é um tema bastante requisitado nos consultórios. É queixa que gera incômodos e insatisfação na vida sexual e emocional. É um problema comum entre as mulheres que estão na menopausa ou pós-parto, e a principal razão é a natural redução na produção dos estrogênios, nas fases referidas da vida da mulher.
Os principais incômodos desencadeados pelo ressecamento vaginal são coceira, queimação ou irritação na vagina, diminuição da elasticidade e dores durante as relações sexuais.
Algumas mulheres utilizam lubrificantes para o alívio dos sintomas, entretanto a solução é temporária e não resolve a principal causa do problema.
Também é comum ver esta queixa associada ao uso de pílulas anticoncepcionais, já que a redução da lubrificação vaginal é uma das formas (mas não a única) através das quais ela exerce ação contraceptiva.
Outra queixa comum é o ressecamento vaginal apenas durante ato sexual, por falta de estímulo antes da penetração. ☝Existe alguma maneira de evitar o ressecamento vaginal? Sim. Mas a solução depende da causa do problema e, como já foi dito acima, as causas são as mais variadas.
Procure o seu ginecologista e tire todas as suas dúvidas!
Candidíase recorrente?
A candidíase vulvovaginal é uma inflamação que causa alterações na mucosa da região genital feminina e provoca sintomas como corrimento, coceira e ressecamento. Para manter a região íntima das mulheres longe de doenças, muitos cuidados são necessários, desde a alimentação até escolha das roupas e peças íntimas.⠀
Praticamente todas as mulheres já tiveram ou terão candidíase ao longo da vida, mas não significa que esta alteração não merece atenção. Sempre que os sintomas aparecerem, é preciso consultar o médico ginecologista em busca do melhor tratamento (que pode ser medicamentoso ou apenas orientar mudanças de hábitos).
Quando foi sua última consulta de rotina ginecológica?
Está seguindo as recomendações médicas para prevenção da candidíase?
Cuidados íntimos durante o verão
A estação ainda nem começou e o calor já está grande! Para nós, mulheres, que adoramos curtir o verão, são necessários cuidados essenciais neste período. Não é apenas o protetor solar que você deve carregar na bolsa para ficar linda e saudável durante esta época do ano: é preciso observar alguns outros cuidados íntimos indispensáveis para aproveitar a estação, sem dor de cabeça.
Com o clima mais quente, a região genital apresenta uma transpiração maior, além do aumento da umidade natural e a temperatura local, o que favorece a proliferação de microrganismos, tais como fungos e bactérias (que já existem naturalmente, mas em equilíbrio). Portanto fique atenta à maneira certa de lavar o biquíni, a calcinha, quais tipos de produtos usar ou não usar, entre outros cuidados básicos… Use trajes leves e evite peças justas e apertadas durante longos períodos do dia. No trabalho, prefira as saias e vestidos de algodão, que facilitam a circulação de ar na região íntima.
Não precisa exagerar no banho diário! Para a limpeza, prefira produtos indicados pelo seu ginecologista.
Evite ficar com o biquíni molhado durante muito tempo, para evitar a proliferação de fungos e bactérias e de correr o risco de levar, de brinde, um corrimento!
Aproveite a estação, mas não esqueça de cuidar de si!
Ovários Policísticos – É uma síndrome frequente?
Sim!
É a alteração hormonal mais comum em mulheres na idade fértil ( aquelas entre 15 e 49 anos de idade ) e pode atingir de 7 a 20 % destas mulheres. A SOP tende a surgir preferencialmente na adolescência.⠀
A resistência insulínica atinge cerca 50 a 70% destas mulheres, o que pode predispor ao surgimento de condições como: obesidade, dislipidemia ( colesterol e triglicérides aumentados), intolerância à glicose ( pré-diabetes), diabetes, hipertensão arterial e associar-se à síndrome metabólica.⠀
O tratamento de primeira linha para a SOP é representado pela reeducação alimentar, exercícios físicos e gerenciamento do estresse. Todas as dietas padrão parecem ajudar no tratamento. A dieta com baixo teor de carboidratos parece levar a uma perda de até 5 % a mais no peso em comparação com as demais. Exercícios aeróbicos, de resistência ( musculação ) e treinos intervalados de alta intensidade ( HIIT) são essenciais no controle do peso. Vários tipos de meditação parecem ser instrumentos úteis ao gerenciamento do estresse.⠀
Fonte: Anwar S, et al.Prevention of type 2 diabetes mellitus in polycystic ovary syndrome: A review.⠀
Diabetes Metab Syndr. 2017.